O alerta
sobre vazamentos indesejados de conteúdos íntimos na internet. Segundo a
Safernet, no Brasil, somente no ano de 2014, foram contabilizados pela ONG 224
casos, onde 81% deles apontavam as mulheres como às principais vítimas.
A campanha
deixou claro o grande problema de tais vazamentos: a devastação na vida de quem
tem a intimidade violada.
Quando
lançado o vídeo da apresentadora explicando a campanha, percebi que muitas
pessoas ainda falavam mal da mesma. Ao invés de aderir à campanha, diziam que “sem
dúvidas o vídeo vazou e inventaram a campanha para que ela não fosse
prejudicada”.
Não
quero aqui abrir discussões sobre estar certo ou não uma pessoa se deixar
fotografar e filmar. Acredito fielmente que isto é uma decisão do casal e, se
juntos decidiram fazer isso para saciar seus desejos ou “apimentar” a relação,
tal deveria ser mantido em segredo, com o mesmo respeito que antes um tinha
pelo outro na época em que mantinham o relacionamento.
O
que me intriga é a velocidade que tais divulgações são transmitidas e como
muitas pessoas não se importam em repassá-las. E o que me toca são as conseqüências
na vida das pessoas expostas.
A
sociedade de imediato já passa a procurar suas redes sociais para divulgarem
mais ainda sua intimidade, seus nomes e fotos. As pessoas transtornam a vida de
quem tem a imagem destacada no vídeo ou fotografia, mas nunca a de quem não
aparece (aquela que filmou ou fotografou) - e que normalmente é quem divulga.
Vimos casos no ano passado em que as pessoas com a imagem divulgada perderam
seus empregos, tiveram de mudar de endereço, se excluir das mídias sociais e
mudarem sua aparência, de tantas abordagens maldosas que sofriam.
Ocorre
que as conseqüências não são somente para esta pessoa que teve a vida destruída
pela divulgação, mas também para aqueles que estão ao seu redor: seus
familiares, que também são alvos de comentários maldosos e, algumas vezes, de
depredação do patrimônio.
Cumpre alertar o que dispõe a nossa Constituição
Federal em
seu art. 5º, inciso X: São invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a
imagem das pessoas, assegurado o direito a indenização pelo dano material ou
moral decorrente de sua violação.
Assim
como as tecnologias tem ajudado na divulgação e desmoralização das pessoas,
também tem ajudado na descoberta de onde ocorreu o primeiro vazamento. Assim,
conhecida a autoria da divulgação, a pessoa está sujeita a condenação em danos
materiais e morais no valor da extensão do mesmo, como forma de medida
sócio-educativa e amenizadora do sofrimento alheio.
Infelizmente,
com o avanço das tecnologias, ao invés de usá-las para o bem, temos as usado
muito mais para o mal e para o desrespeito ao próximo, e ainda temos que fazer
campanhas para conscientizar a sociedade das consequências de seus atos.
Parabenizo
aqui a campanha. Eu apoio: #JuntasContraVazamentos.
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