O que noto e
ainda vejo presente nos candomblés, é a falta de informações sobre as quais são
construídas ou mesmo fortalecidas a fé. Vejo muitas pessoas que entram para a
religião pelos mais diversos motivos mas não se empenham em compreender os princípios
básicos que direcionam a mesma e por consequência, não entendem muito bem o que
estão fazendo ali, apenas sentem-se bem em estar naquele local colaborando de
alguma forma.
O problema
está na falta de conhecimento, de entendimento dos porquês (não os porquês
ligados a fundamentos) mas sim os porquês que orientam o entendimento de uma
criatura, que geralmente vem de formação cristã e que se chocam com os
preceitos do candomblé, como os sacrifícios presentes nos rituais e que na
maioria das vezes não são esclarecidos aos Iniciantes (Yaôs). Sabe-se apenas que
no Candomblé o líder (Babalorixá, Yalorixá.) são os mantenedores do
conhecimento e sabedoria.
Não é explicado claramente que para se iniciar
na religião existe uma mudança interna que essa pessoa deverá fazer, que
envolvem atitudes como: melhorar seu caráter, deixar de fazer certas coisas que
agridem seu Ori, se dedicar ao próprio entendimento de Ori e de toda uma
conduta diária. É justamente aí que ocorre o erro da maioria dos sacerdotes do
candomblé, não explicam ou eles mesmo não pararam para pensar, “não sabem o
significado”, só sabem “fazer assim porque aprenderam assim”. Neste processo muitos
aprendem a fórmula mas não se dedicam a estudá-la, não sabem os porquês,
portanto não se encontram aptos a transmitir aos seus seguidores aquilo que
foge ao seu próprio entendimento.
Uma pessoa que
faz o ritual, mas não sabe porque fez, não tem ciência que ela mesma tem regras
e preceitos diários a seguir até se obter um resultado, até que Orun, [CÉU],
atenda a um pedido de Aye, [TERRA], não poderá amar realmente sua religião e nem ter respeito por ela, pois não imagina que
além de seguirmos um código de conduta, a função principal do Candomblé é a mesma das outras: melhorar o ser humano,
fazer dele mais “humano” , respeitando o direito do próximo, se preocupando com o espiritual, com sua essência e não
agredi-la, para que seu destino seja bom...
Enfim,
enquanto os sacerdotes não se preocuparem em ter explicações desse gênero para repassá-las
a seus seguidores de forma correta, enquanto não forem exemplos de conduta e
caráter, enquanto deixarem passar que somos uma religião que une: o sagrado, o
divino a mais baixa feitiçaria e amarrações amorosas, os Iniciados (Yaôs)
continuarão perdidos entre as perguntas.... “Será que estou servindo a Deus ou
a o Diabo?” ou “O que essa religião está fazendo de mim, uma pessoa melhor ou
pior que sou?”
As pessoas,
hoje em dia, se questionam mas a maioria não tem explicação para afirmar de
forma segura que estão numa religião como outra qualquer, apenas mais antiga,
por isso os ritos podem ás vezes serem mal interpretados e confundirem a cabeça
do leigo.
Enquanto os
sacerdotes não adotarem um código de ética e conduta para serem realmente
“respeitados” como sacerdotes a situação continuará a mesma.
O candomblé
é uma religião baseada em crenças Africanas, particularmente popular no Brasil,
mas praticada em outros países, apresentando em
torno de dois milhões de seguidores.
É uma religião
que mistura crenças tradicionais como Yoruba, Fon e Bantu, originados de
diferentes regiões da África e incorporou alguns aspectos da fé católica ao
longo do tempo.
Uma religião que combina elementos de várias
religiões é chamada de religião sincrética.
O nome
CANDOMBLÉ “Dança em honra dos deuses”
Oludumaré
(Deus), que é servido por divindades menores, denominadas Orixás. (Podem também
ser chamados de Voduns e Inkices.)
O candomblé
é uma tradição oral, portanto, não tem escrituras sagradas.
Hoje, eu
Denis Luna,”Dofono D´Ogun Merin, que fui Iniciado na Religião do Candomblé em 02/07/2005,
Pelo meu Babalorixé Waldomiro Costa Pinto – Baba BAIANO DE XANGÔ, no “Ilê Ogun Megêgê Axé
Baru Lepe” – Axé Parque Fluminense – Duque de Caxias – RJ. Hoje presidido pelo herdeiro nosso Babablorixá, Sandro Costa Pinto, ( Sandro D´Oxoguian.) que com amor e dignidade continua o legado de Pai Baiano.
Agradeço ao
meu Pai, Amigo, Conselheiro e Orientador Espiritual Baiano de Xangô por toda
explicação, orientação e ter me conduzido nos caminhos dessa religião que hoje
rege a minha vida de maneira feliz e próspera.
Por Denis Luna
Nenhum comentário:
Postar um comentário